O valor da água doce dos rios

Como um habitat para milhões de seres, os rios são os expoentes máximos da promoção da vida.
Além do exposto acima, que ainda é incompleto, os rios também são reguladores do clima, da umidade do ar, da umidade do solo e escultores de paisagens.

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Luciane Dusi

Ao longo de sua jornada até os oceanos, lagos, outros rios, ou mesmo até desaparecerem e serem engolidos pela terra, os rios constituem fluxos de água essenciais para a vida: eles recebem e movimentam sedimentos, matéria orgânica, sementes, nutrientes, plantas e animais como peixes, insetos, répteis e outros. Como habitat de milhões de seres, os rios são os expoentes máximos da promoção da vida. Além do exposto acima, ainda incompleto, os rios também são reguladores do clima, da umidade do ar, da umidade do solo e escultores de paisagens. É impossível não fazer uma analogia entre os rios e as artérias que transportam o sangue oxigenado e os fluidos essenciais para as células, promovendo e auxiliando o funcionamento de todas as partes do corpo e do organismo como um todo. Os rios são artérias da vida!

Para a humanidade, a água sempre foi decisiva no ritmo de sua evolução.
Ao longo da história, as primeiras grandes civilizações se desenvolveram às margens dos rios Tigre e Eufrates, na Mesopotâmia, do rio Nilo, no Egito, do rio Indo, na Índia, e do rio Amarelo, na China, de onde garantiam o fornecimento de água para seu desenvolvimento social e econômico.
A presença de várias obras nessas regiões demonstra que os seres humanos tinham conhecimento técnico sobre o uso da água, como, por exemplo, os canais construídos para irrigação no Egito há aproximadamente 5.200 anos.

A água é uma das substâncias mais importantes do planeta Terra, pois dela depende a maioria dos processos físicos, químicos e biológicos dos ecossistemas. Atualmente, a quantidade total de água na Terra é considerada igual a 1.386 milhões de km3 e essa quantidade deve ter permanecido constante nos últimos 500 milhões de anos.

A distribuição dos volumes armazenados em diferentes reservatórios varia: parece que cerca de 97,5% do volume total da água da Terra é salgada, formando os oceanos, e apenas2,5% é água doce. A maior parte da água doce (68,7%) está armazenada em calotas de gelo e geleiras, e a água contida em lagos e rios representa apenas 0,27% do volume de água doce da Terra e cerca de 0,007% do volume total.

Os rios servem aos seres humanos em múltiplas funções: definição de fronteiras, rotas de transporte, produção de eletricidade, fornecimento de água para beber e irrigação e, infelizmente, para descarte de seus resíduos e efluentes poluídos. Os usos consuntivos da água (usos que captam água para consumo) no Brasil podem ser vistos na Figura 2, de acordo com dados da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, apresentados no relatório Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil.

Figura 2 - Usos consuntivos da água no Brasil

A demanda de água no Brasil tem crescido de forma constante ao longo dos anos, com ênfase no abastecimento de cidades, indústria e agricultura irrigada. As captações para irrigação aumentaram de 640 para 965 m³/s nas duas últimas décadas e representaram 50% do total de captações de água em 2020. Esse setor tem grande potencial de expansão e continuará a liderar o crescimento das captações. Estima-se que as captações de água aumentarão em 42% nos próximos 20 anos (até 2040), de 1.947 m³/s para 2.770 m³/s, um aumento de 26 bilhões de litros por ano retirados de fontes de água.

Esses dados reforçam a necessidade de planejar ações, evitando crises hídricas e proporcionando usos múltiplos da água, incluindo a manutenção da biodiversidade, pesca, recreação, turismo e lazer, que não captam água para consumo, mas coexistem no mesmo conjunto de rios interconectados. bacia hidrográfica. Esses usos exigem um certo nível de manutenção das condições naturais e dependem da quantidade e da qualidade da água. Além disso, é necessário considerar os efeitos das mudanças climáticas no ciclo da água, que se refletem na alteração temporária das quantidades disponíveis, às vezes em excesso, às vezes em escassez.

Cabe a nós nos conscientizarmos de nossa relação com a água e a natureza, de como gerenciamos nosso consumo, as águas residuais e os resíduos associados, até mesmo de como nos sentimos e pensamos sobre o planeta. Somos seres pensantes e, nessa condição, sabemos que nossa mente, a maneira como vemos a vida e para onde direcionamos nossa atenção é o fator que determina nosso comportamento em relação à vida. Portanto, convido você a estudar a água e a construir uma nova visão de mundo, mais consciente e amorosa.

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LUCIANE DUSI

Engenheiro Sanitário e Ambiental

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